Em 1957, Arnaldo Rozeira, botânico nascido em S. Tomé, regressa pela segunda vez à sua terra natal integrado numa missão científica, tendo-lhe sido atribuída a chefia da brigada de sociologia botânica. Apaixonado pela diversidade vegetal tropical, a sua carta ao “pai” da fitossociologia clássica, Josias Braun-Blanquet, não esconde a dificuldade da campanha, mas também é testemunho do seu entusiasmo: “os fetos, líquenes e musgos formam jardins suspensos, de extraordinária complexidade, pingando água e mantendo vida permanente”.
Este episódio encerra o podcast Ficções Botânicas, um projeto nascido no ano de 2020 no quadro das ações de comunicação cultural – neste caso no âmbito histórico-científico – provocadas pela pandemia de COVID-19. Texto de Cristiana Vieira, Sofia Viegas e Manuel Miranda Fernandes
-------------------------------- Referências Bibliográficas: Blanquet, J. Braun, Silva, A. Pinto da. 1952-. “Résultats de deux excursions géobotaniques à travers le Portugal septentrional et moyen I – Une incursion dans la Serra da Estrela.”, Agron. Lusitana, 14(4): 303-323. Caldas, F. B. (1984) - In memoriam Arnaldo Deodato da Fonseca Rozeira. Anais da Faculdade de Ciências do Porto, 65: 5-10. Exell, A. 1958. “Aditamento à flora das ilhas de S. Tomé e do Príncipe.” Sep. 6.ª Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, 3:77-91. Moreira I. 1994. A fitossociologia em Portugal. – Anais Inst. Super. Agron. 44: 17–37. Rozeira, A. 1934. “Notas Folclóricas sobre S. Tomé.” Actas do I Congresso Nacional de Antropologia Colonial. Rozeira, A. 1958. “Nomes populares de algumas plantas das ilhas de São Tomé e Príncipe.” Sep. 6ª Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, 3:169-173.
-------------------------------- Referências de Herbário: Herbário, cartas e fotos de Arnaldo Deodato da Fonseca (herbário PO)
-------------------------------- Agradecimentos: Maria Irene Rozeira Cayolla (filha do Dr. Arnaldo Deodato da Fonseca Rozeira)
-------------------------------- Música – excertos de: “Pagodes”, de Estampes, de Claude Debussy, sequência MIDI de Katsuhiro Oguri, http://www.kunstderfuge.com; canto ngoundi de fim de luto; solo de berimbau mboko; solo de sanza badouma, Musique Bantou d’Afrique Équatoriale Française, Mission Ogooue – Congo, 1946, BAM LD 324; canto histórico do Daomé [atualmente Benim], com flautas mpété, Guinée, Sénégal, Dahomey, Afrique vol. 2, recolhas de Gilbert Rouget, Mission de l’Institut Français d’Afrique Noire (1952), Collection du Musée de l’Homme, Vogue, Série Contrepoint EXTP 1029.
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