Em agosto de 1833, o Porto lambia as feridas frescas do cerco que o torturara por mais de um ano, e o lente de Botânica e Agricultura Agostinho Albano da Silveira Pinto preparava já o regresso ao ensino. Apenas um mês antes, ainda entre o fogo dos obuses que maceravam a cidade, tinha sido oficialmente criada no Porto – à custa das bibliotecas privadas – a primeira biblioteca pública portuguesa, uma vez que “a ignorância é a inimiga mais irreconciliável da liberdade”. Impaciente, Silveira Pinto escreve (ou assim imaginam Cristiana Vieira e Ana Freitas, reais autoras da missiva…) ao segundo bibliotecário: será que existiam alguns livros que fossem de interesse para si e para os seus estudantes? E será que não havia nenhum exemplar de sobra para a depauperada biblioteca da Academia? De Alexandre Herculano, pois é ele o destinatário, não se sabe a resposta.
Locução: Cristiana Vieira e Augusto Ribeiro
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Referências Bibliográficas:
BALBI, A. (1822). Essai statistique sur le royaume de Portugal. Vol. II (Paris, 1822), p. ccxiii.
BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DO PORTO (1933). Documentos para a sua história. Porto: Imprensa Portuguesa.
CRUZ, A. (1983) – A Biblioteca pública municipal do Porto na cidade e na região. Conferência proferida a 4 de novembro de 1983 integrada nas comemorações do 150º aniversário da Fundação da B. P. M. P.
CABRAL, L. (2010). Alexandre Herculano: crónica breve de um bibliotecário. Cadernos BAD, (1/2).
OLIVEIRA, J. A. (2019). D. João de Magalhães e Avelar e a Fundação da Real Biblioteca Pública Municipal do Porto (1833). POLISSEMA – Revista de Letras do ISCAP, (9), 91–133.
RIBEIRO, J. S. (1871). Historia dos estabelecimentos scientíficos litterários e artísticos de Portugal: nos succesivos reinados da monarchia.
SILVEIRA PINTO, A. A. (1827). Primeiras linhas de chimica e botânica coordenadas para uso dos que frequentam a aula de agricultura na real acad. da marinha e commercio. Parte lªPorto.
SILVEIRA PINTO, A. A. (1835). Código pharmaceutico lusitano, ou tractado de pharmaconomia, no qual se explicam as regras e preceitos com que se escolhem, conservam e preparam os medicamentos, e se apresentam as virtudes, usos e doses das formulas phurmaceuticas. l.a ediç. Coimbra.
SILVEIRA PINTO, A. A. (1841). Discurso do deputado Agostinho Albano da Silveira Pinto sobre a questão dos vinhos do Alto Douro na Camara dos Deputados de 1841: pronunciado no dia 13 de março: precedido d’uma memoria introductiva escripta pelo mesmo deputado. Porto : Typographia da Revista.
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Música – excertos de:
Mozart, Sonata para Piano n.º 10 em dó maior, KV 330, sequência MIDI de Š Katsuhiro Oguri, http://www.kunstderfuge.com/
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